ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA DO TRAUMA INFANTIL NO MARANHÃO NO ÚLTIMO DECÊNIO

Resumen

Introdução: A precariedade da saúde infantil e a ocorrência de traumas em crianças ainda representam um enorme desafio para a saúde pública no Maranhão. Em pesquisas recentes, as causas externas apontaram como a segunda maior causa de mortalidade no estado. Dessa forma, torna-se de extrema importância o estudo da incidência de traumas em crianças para delineação do cenário e embasamento interventivo. Objetivo: Investigar o padrão epidemiológico e etiológico dos principais tipos de trauma que acometem as crianças no estado do Maranhão. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo ecológico e analítico, longitudinal e quantitativo. A coleta de dados foi realizada através de uma análise das informações secundárias, registradas de 2013 a 2022, no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Para a análise inferencial, aplicou-se o teste de regressão linear (p<0,05) com auxílio do software JAMOVI. Resultados: Observou-se que a incidência de trauma infantil é mais recorrente no público de 5 a 9 anos. A principal causa para a ocorrência dos eventos traumáticos é o agrupamento de "outras causas externas acidentais" (n=11.971; 60,61%), seguido por acidentes de transporte (n=4.330; 21,92%). Já com relação ao tipo de lesão provocada, observou-se que as fraturas de outros ossos dos membros apresentam maior número de ocorrências (n=20.424; 65,12%). Por fim, é perceptível uma maior prevalência do sexo masculino em relação à incidência de traumas provocados com lesão registrada (n=20.783; 66,26%; p<0.001). Conclusão: Evidencia-se, portanto, que a faixa etária (p<0.001) e a etiologia (p<0.001), de forma independente, assumem papéis significativos no panorama geral da incidência de traumas no público infantil. Além disso, em uma abordagem relacionada ao tipo de lesão, constatou-se uma relação significativa com as três variáveis analisadas (gênero, faixa etária e tipo de lesão - p<0.001), além de uma associação multifatorial no que tange à faixa etária e tipo de lesão (p<0.001).

DOI: 10.5281/zenodo.10253314