DESAFIOS E RECURSOS NO CENÁRIO DE TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS NOS ESTADOS DO NORDESTE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA

Autores

  • João Vitor Bueno Camargo Morinaka Universidade Federal do Maranhão
  • Carlos Smith Sousa Gomes Universidade Federal do Maranhão
  • Felipe Rodrigues da Silva Universidade Federal do Maranhão
  • Marisa Lacerda Guida de Brito Universidade Federal do Maranhão
  • Mariany Helen Rosa Fernandes Universidade Federal do Maranhão
  • Rossana Vanessa Dantas de Almeida Universidade Federal do Maranhão

Palavras-chave:

Doação de Órgão, Saúde Pública, Educação em Saúde

Resumo

Introdução: O transplante de órgãos consiste na remoção do órgão de um doador - vivo ou morto - e transferência para um receptor e, apesar de haver uma crescente no número de transplantes realizados no Nordeste, muitos desafios ainda se fazem presentes nesta região. Objetivo: Analisar o panorama dos transplantes de órgãos na região Nordeste, no tocante ao quantitativos procedimentos realizados/estimados, bem como recursos humanos envolvidos. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico, descritivo e longitudinal, com abordagem quantitativa, onde foram coletados dados de 2013 a 2022, disponíveis na Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Resultados: Alguns estados do Nordeste, como Ceará e Pernambuco, apresentam melhores índices acerca dos transplantes realizados, quando em relação aos demais. Paralelo a isso, estados como Sergipe e Rio Grande do Norte apresentam os piores cenários no que tange à infraestrutura e número de profissionais necessários para a concretização de algum transplante. Constatou-se que aqueles estados que apresentaram o maior número de equipes foram os que mais realizaram transplantes (p<0.001), demonstrando a importância da presença de profissionais da área. Além disso, os estados que mais realizaram transplante de órgãos foram, também, os que apresentaram mais pacientes em lista de espera (p<0.001), mostrando que, apesar de realizarem uma alta quantidade de transplantes, essa taxa ainda é insuficiente para suprir as demandas da população. Verificou-se ainda, que há uma maior prevalência de doadores do sexo masculino e na faixa etária de 18-34 anos. Conclusão: Logo, percebe-se que, apesar dos avanços, o Nordeste ainda necessita de investimentos em infraestrutura e em profissionais destinados à realização dos transplantes de órgãos, bem como de ações voltadas à conscientização da população sobre o assunto - doação de órgãos -, para que aumente a adesão de doadores efetivos na região e toda a população seja atendida.   

DOI: 10.5281/zenodo.10253330

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Publicado

2023-12-10

Como Citar

Morinaka, J. V. B. C., Gomes, C. S. S., Silva, F. R. da, Brito, M. L. G. de, Fernandes, M. H. R., & Almeida, R. V. D. de. (2023). DESAFIOS E RECURSOS NO CENÁRIO DE TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS NOS ESTADOS DO NORDESTE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA. Revista Acadêmica De Iniciação Científica, 1(1), 135–143. Recuperado de https://wyden.periodicoscientificos.com.br/index.php/raic/article/view/323

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