O MOVIMENTO COLETIVO DOS ENTREGADORES DE PLATAFORMAS DIGITAIS NO CONTEXTO PANDÊMICO
Resumo
O presente artigo analisa o movimento deflagrado pelos entregadores de aplicativos, em meio à pandemia da COVID-19. Ante as denúncias apresentadas pelos trabalhadores, o artigo levanta a seguinte questão: como garantir que a utilização de novas tecnologias não gere a precarização das condições de trabalho? O argumento central defendido concentra-se em demonstrar a vocação expansionista do Direito do Trabalho como meio para assegurar o patamar civilizatório de direitos em qualquer relação de trabalho. Assim, o artigo apresenta dados empíricos levantados pelo Projeto de Pesquisa Trabalho Digital UnB e pela Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (REMIR) para descrever a situação dos entregadores no atual contexto institucional e, em
seguida, adota um viés exploratório, com base em pesquisa bibliográfica, para discorrer sobre as implicações do tratamento jurídico
garantido a esses trabalhadores na perspectiva da afirmação constitucional do direito fundamental ao trabalho digno. O artigo está
estruturado em três partes. A primeira parte contextualiza o cenário de mobilizações sociais deflagradas. A segunda parte discorre
sobre as novas relações de trabalho na era digital. Ao final, conclui-se que o potencial do movimento em exame está atrelado à sua
capacidade de expandir o engajamento reivindicatório para além do cenário emergencial.