OBSTÁCULOS NA PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO DE ENTREVISTAS NÃO-ESTRUTURADAS SOBRE O CÁRCERE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.17492157

Palavras-chave:

Entrevistas não-estruturadas, Metodologia, Prisões

Resumo

O presente artigo parte do problema acerca das dificuldades que podem ser esperadas na preparação e execução de entrevistas não-estruturadas em presídios. A despeito de se tratar de um tema frequente em pesquisas de ciências sociais, o impacto do cárcere nos indivíduos submetidos à experiência prisional é de difícil compreensão. Por tal motivo, compreende-se que a realização de entrevistas não-estruturadas com detentos, egressos, familiares e agentes ou gestores do sistema prisional possui grande importância para o entendimento das inúmeras formas nas quais o cárcere afeta a vida destas pessoas. Estas interações, porém, demandam a superação de diversos obstáculos e desafios, os quais possuem igualmente diversas naturezas: social, interpessoal, estrutural, logística, administrativo, política. Objetiva-se, então, compreender como é possível mitigar ou superar estas dificuldades, favorecendo o estabelecimento de um contato respeitoso com os entrevistados que se disponham a contribuir, e uma análise crítica e coerente dos dados coletados. Após análise crítica e de revisão bibliográfica selecionada, conclui-se que as dificuldades esperadas, longe de serem obstáculos, auxiliam na própria compreensão do fenômeno carcerário e de seu impacto nos sujeitos que submete.

Biografia do Autor

Felipe Monteiro Batista Simões, Universidade Federal de Sergipe

Mestre em Direito da Universidade Federal de Sergipe. Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Sergipe. E-mail: felipembsimoesadv@gmail.com. CV Lattes: https://lattes.cnpq.br/2380198726476357.

Daniela Carvalho Almeida da Costa, Universidade Federal de Sergipe

Doutora e Mestre em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade de São Paulo – USP. Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Universidad de Salamanca. Professora Associada da Universidade Federal de Sergipe, vinculada ao Programa de Pós-graduação stricto sensu em Direito (PRODIR/UFS) e graduação em direito. Membro da Comissão Executiva e de Articulação Institucional para difusão da Justiça Restaurativa no Estado de Sergipe. Membro do Corpo de Avaliadores da Revista Direito GV. Membro do Corpo de Pareceristas do Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim). Líder do Grupo de Pesquisa “Estudos sobre Violência e Criminalidade na Contemporaneidade” (CNPq/UFS). Sergipe, Aracaju. Autora de diversos artigos científicos. Autora do livro “Monitoramento da Justiça Restaurativa em Três Dimensões” e coautora do livro “O Princípio da Confidencialidade na Justiça Restaurativa: interfaces com o Processo Penal”, ambos pela Editora UFS. Organizadora da obra “PRIMAVERA RESTAURATIVA. COLETÂNEA EM HOMENAGEM À KAY PRANIS: Dez Anos da Cátedra sobre Justiça Restaurativa no Programa de Pós-graduação em Direito da UFS”, pela Editora CRV. E-mail: dancacosta@hotmail.com. CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/3245592995839786.

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Publicado

31.10.2025

Como Citar

Monteiro Batista Simões, F., & Carvalho Almeida da Costa, D. (2025). OBSTÁCULOS NA PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO DE ENTREVISTAS NÃO-ESTRUTURADAS SOBRE O CÁRCERE. Revista Juris UniToledo, 10(01). https://doi.org/10.5281/zenodo.17492157

Edição

Seção

Artigos