OBSTÁCULOS NA PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO DE ENTREVISTAS NÃO-ESTRUTURADAS SOBRE O CÁRCERE
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.17492157Palavras-chave:
Entrevistas não-estruturadas, Metodologia, PrisõesResumo
O presente artigo parte do problema acerca das dificuldades que podem ser esperadas na preparação e execução de entrevistas não-estruturadas em presídios. A despeito de se tratar de um tema frequente em pesquisas de ciências sociais, o impacto do cárcere nos indivíduos submetidos à experiência prisional é de difícil compreensão. Por tal motivo, compreende-se que a realização de entrevistas não-estruturadas com detentos, egressos, familiares e agentes ou gestores do sistema prisional possui grande importância para o entendimento das inúmeras formas nas quais o cárcere afeta a vida destas pessoas. Estas interações, porém, demandam a superação de diversos obstáculos e desafios, os quais possuem igualmente diversas naturezas: social, interpessoal, estrutural, logística, administrativo, política. Objetiva-se, então, compreender como é possível mitigar ou superar estas dificuldades, favorecendo o estabelecimento de um contato respeitoso com os entrevistados que se disponham a contribuir, e uma análise crítica e coerente dos dados coletados. Após análise crítica e de revisão bibliográfica selecionada, conclui-se que as dificuldades esperadas, longe de serem obstáculos, auxiliam na própria compreensão do fenômeno carcerário e de seu impacto nos sujeitos que submete.
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